O cuidado com a saúde e o bem-estar passam diretamente por uma alimentação saudável e equilibrada. Os benefícios para quem come bem podem ser sentidos tanto física como mentalmente. Além de ter mais disposição para as tarefas diárias, quem se alimenta de forma saudável está menos suscetível a doenças como câncer, depressão, hipertensão, obesidade, anemia, diabetes, entre outras. Mas quais são os alimentos que compõem uma refeição equilibrada?
A nutricionista e professora do curso de Nutrição da Escola de Saúde da Unisinos, Luísa Rihl Castro, explica: “De acordo com nosso Guia Alimentar para a População Brasileira, a regra de ouro para uma alimentação adequada e saudável é preferir sempre alimentos in natura ou minimamente processados e preparações culinárias a alimentos ultraprocessados”. Ou seja, prefira sempre água, leite e frutas no lugar de refrigerantes, bebidas lácteas ou biscoitos recheados e não troque a comida feita na hora por alimentos que não exigem preparação, como congelados industrializados.
Além das escolhas certas para as refeições, outros hábitos são necessários para considerar que a sua alimentação é saudável. Um deles é ter uma rotina e um cronograma de horários para comer: “Nosso corpo regula suas atividades através de um ‘relógio interno’ que controla os processos de vigília e sono, o chamado ciclo circadiano. Além de controlar os horários de sono, ele regula outros hábitos que adotamos no dia a dia, como a alimentação”, explica a professora.
Fazer as refeições em horários pré-estabelecidos ajuda na digestão e na absorção dos nutrientes ingeridos. Outro hábito importante é saber diferenciar a sensação de fome com a simples vontade de comer, para tomar uma decisão mais adequada na hora de se alimentar.
Uma alimentação adequada garante uma boa nutrição e o bom funcionamento de todo o corpo. De acordo com a professora Luísa, frutas, legumes, verduras, grãos diversos, oleaginosas, tubérculos, raízes, carnes e ovos são saudáveis e excelentes fontes de fibras, vitaminas e minerais, além de vários compostos que são essenciais para a manutenção da saúde e a prevenção de muitas doenças. “Alimentos processados podem integrar a alimentação, desde que consumidos em pequenas quantidades e sempre como parte ou acompanhamento de preparações culinárias com base em alimentos in natura ou minimamente processados. Alimentos ultraprocessados devem ser evitados”, completa.
A professora Luísa ainda destaca que nos últimos anos, um número crescente de pesquisas mostra que a alimentação não só tem um papel crucial em nossa saúde física, como também na mental. Uma das metanálises mais recentes publicadas sobre os efeitos da nutrição na saúde mental, da qual participaram cientistas do mundo todo, descobriu que manter uma dieta saudável, adequada e variada, parece dar certa proteção contra a depressão. Segundo a professora, “a alimentação com equilíbrio, variada e harmônica fornece nutrientes fundamentais para o cérebro, como diversos minerais, vitaminas, aminoácidos e ácidos graxos essenciais”. Ela ainda acrescenta que algumas pesquisas nessa área estão proporcionando descobertas satisfatórias. Por exemplo, se sabe que pessoas que seguem dietas ricas em verduras, frutas, grãos sem processar, peixes e mariscos, que contêm poucas quantidades de carnes magras e laticínios têm risco de depressão de 25% a 35% mais baixo. Além disso, uma má hidratação, o consumo de álcool, de cafeína e o hábito de fumar podem precipitar e estimular os sintomas de ansiedade.
Para finalizar, a professora do curso de Nutrição da Unisinos lista os Dez Passos para uma Alimentação Adequada e Saudável, propostos pelo Guia Alimentar:
1. Priorize alimentos in natura ou minimamente processados.
2. Utilize óleo, sal e açúcar com moderação.
3. Limite o consumo de alimentos processados.
4. Evite o consumo de alimentos ultraprocessados.
5. Coma com regularidade e atenção.
6. Compre alimentos na feira.
7. Cozinhe!
8. Planeje as compras e o preparo das refeições.
9. Evite fast-food.
10. Seja crítico(a) com a publicidade de alimentos.
Fonte: Unisinos